quarta-feira, 18 de novembro de 2009

O volume do Humor


Muitos veículos de comunicação têm a chamada "Tiragem maquiada". Ou seja, informam um número maior de impressão do que a realidade. Isso é comum, sobretudo entre produtos novos.

Rir & Pensar roda dez mil jornais e para mostrar que embora façamos humor o jornal é sério em sua estratégia, publicamos a foto de nosso "volume de humor".

São 40 pacotes com 250 jornais cada um.



terça-feira, 10 de novembro de 2009

RIR & PENSAR - Quem lê, gosta!


O jornal de humor inteligente Rir & Pensar chega a sua terceira edição. Após ser distribuído em diversos pontos da cidade como faculdades, restaurantes, órgãos públicos e outros, conseguimos medir o resultado da proposta junto ao público.

O retorno dos leitores veio logo no primeiro número. Recebemos emails, telefonemas e comentários durante a distribuição gratuita.

É satisfatório perceber que nossa idéia é bem aceita. O mercado editorial está, realmente, saturado de más notícias, estresse e sensacionalismo gratuito. Esse é nosso ponto de vista e hoje ele esta sendo compartilhado pelos leitores que tem ataques de riso ao ler Rir & Pensar. “Não recomendo esse jornal, faz mal, ri tanto que quase tive um troço!”, disse o leitor Felipe. “Tive a grande oportunidade de conhecer seu jornal. Minha mãe pegou emprestado, com um amigo, e quando chegou do serviço logo me mostrou. Não consegui parar de ler, é irreverente, divertido e de fácil entendimento. Só tenho a elogiar”, escreveu a leitora Laís.

Estes e outros comentários nos fazem acreditar, cada vez mais, no potencial da nossa proposta. Um jornal leve, que valoriza o bom humor, a inteligência e a cultura.

Estamos nos esforçando para que Rir & Pensar seja o principal jornal alternativo dos brasilienses. Vamos seguir acreditando em uma leitura leve, capaz de fazer o dia ficar mais suave e divertido.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Gafes jornalísticas

Com a exigência de diploma universitário já publicavam estes absurdos, imaginem agora que todo mundo pode escrever em jornal.

Jornal do Brasil
“A nova terapia traz esperanças a todos os que morrem de câncer a cada ano.”
(Onde? Na cova?)

O Globo
“Apesar da meteorologia estar em greve, o tempo esfriou ontem
intensamente.”
(O frio não estava filiado ao sindicato grevista)

Extra
“Os sete artistas compõem um trio de talento.”
(Hã?)

O dia
“A vítima foi estrangulada a golpes de facão.”
(uma nova modalidade de estrangulamento)

O Globo
“Os nossos leitores nos desculparão por esse erro indesculpável.”
( De modo algum!)

O Dia
“No corredor do hospital psiquiátrico os doentes corriam como loucos.”
(naturalmente....)

Jornal do Brasil
“Ela contraiu a doença na época que ainda estava viva.”
(Jura ? Não diga!)

Extra
“Parece que ela foi morta pelo seu assassino.”
(Não diga!)

Extra
“O acidente foi no triste e célebre Retângulo das Bermudas.”
(Gente, até ontem era um triângulo! Vai ver que qualquer dia inventem o
CÍRCULO DAS BERMUDAS...)

O Dia
“O velho reformado, antes de apertar o pescoço da mulher até a morte, se suicidou.”
(Seria a volta dos mortos-vivos?)

Extra
“A polícia e a justiça são as duas mãos de um mesmo braço.”
(Que bizarro!)

Jornal do Brasil
“Depois de algum tempo, a água corrente foi instalada no cemitério, para a satisfação dos habitantes.”
(Água no além para purificar as almas...)

Jornal do Brasil
“O aumento do desemprego foi de 0% em novembro.”
(Onde vamos parar desse jeito?)

Extra
“O presidente de honra é um jovem septuagenário de 81 anos.”
(Quanta confusão!)

O Globo
“Quatro hectares de trigo foram queimados. A princípio,trata-se de um incêndio.”
(Ah, bom! achei que fosse um churrasco!)

Folha de São Paulo
“Defuntos esperam laudos no IML”
(Coitados, será que alguém foi lá levar uns cigarros? Ainda bem que eles tem a morte inteira para esperar!)

Estado de São Paulo
“Vaca milionária morre eletrocutada”
(Para vocês entenderem, uma vaca de alto valor comercial foi atingida por um raio e morreu!)

Diário de Pernambuco
“Polícia investiga ataque de tubarões”
(Será que os investigadores entram no mar para descobrir qual dos tubarões atacou os banhistas?)

O Estadão
“Novo testamento revoga anterior”
(Calma gente, Adão e Eva, Noé e todos os outros continuam valendo, o testamento que eles se referiam era o de jurisprudência e não o Bíblico, ufa!)

Folha da Tarde
“Zico volta a jogar bola e quebra o pau”
(O galinho quase vira galinha depois dessa manchete!)

Diário do Sul
“O Polêmico fim de um polêmico órgão”
(esse órgão ai pareceu coisa feia, mas o jornal se referia ao Incra!)

JORNAL DO BRASIL
“Dos quatro jovens que viajam no Passat, morreram seis”
(Se for dirigir e escrever jornal, não beba!)

FOLHA DE SÃO PAULO
“Oxford procura cientista que saibam ler e escrever”
(Ler e escrever eu sei, só não sou cientista!)

O Dia
“Na chegada da polícia, o cadáver se encontrava rigorosamente imóvel.”
(Viu como ele é disciplinado?)

A Notícia
“Chefe de cartório eleitoral nega que mortos teriam votado”
(Está explicado a crise política no Brasil! Os mortos votam e os vivos é que pagam o pato!)

Acabaram com o diploma... Mas e daí

Nádia Faggiani
Jornalista

Este artigo é sobre um acontecimento que pegou de surpresa toda uma categoria de profissionais, causando, a princípio, uma apatia geral.

Vi jornalistas antigos e experientes indagando: “E agora, anularam minha vida!”. Vi jovens universitários e formandos se perguntando: “Por que passei todos esses anos estudando para obter um diploma e agora ele não serve para nada?”.

O fim da exigência de diploma para exercer a profissão de jornalista, anunciado pelo STF no dia 17 de junho, fez gerações de profissionais irem dormir e acordarem no dia seguinte sem respostas enquanto seguiam para mais um dia de trabalho.

Eu tenho 11 anos de profissão e imagine se a partir de agora me perguntarem “o que você faz?”. Respondo: “Sou jornalista”. E a segunda pergunta vem automática: “com diploma ou sem diploma?”.

E que venham as piadas... Teoricamente, qualquer um agora é jornalista, segundo entendimento do STF, até que provem o contrário...

Piada mesmo, quem não achou foram aqueles pais que dão um duro danado para pagar a faculdade particular de seus filhos, aqueles jovens que precisam trabalhar para terminarem um curso superior que agora não vale nada, e aqueles já não tão jovens, que achavam que ter um diploma em pleno século XXI lhes daria melhores oportunidades no mercado de trabalho.
Então depois de muito pensar... Cheguei à seguinte conclusão: Acabaram com o diploma... Mas e daí?

Então, disse aos meus experientes colegas, que depois de tantos anos de profissão, com tantos conhecimentos teóricos, práticos e técnicos, curso de especialização, cursos de aperfeiçoamento, não tem porque achar que anularam minha vida. Pelo contrário, o mercado de trabalho que já estava difícil vai ficar ainda pior com tantos novos jornalistas “sem diploma”. Mas não para nós, que conquistamos, com mérito, nosso espaço.

O argumento de nossos ministros é que todos têm direito ao exercício pleno das liberdades de expressão e informação.

Acontece que nós, da categoria dos jornalistas “com diploma”, não passamos quatro anos e meio na faculdade apenas divagando sobre assuntos e expressando nossos ideais. Para isso, tem outras faculdades mais afins. Creio que exercer o jornalismo vai bem além de exercer a liberdade de expressão.

A minha faculdade e meus estágios, pelos quais os “novos jornalistas” infelizmente não terão a oportunidade de passar, me ensinaram coisas fundamentais, como ética profissional, deontologia jornalística (série de obrigações e deveres que regem a profissão), diferença de linguagem de cada veículo de comunicação, imparcialidade, ouvir os dois lados dos fatos, além de conhecimentos técnicos e em outras áreas, como Economia e Direito.

Agora, não só os próprios ministros do STF e o presidente da República (que inclusive não tem curso superior), como biólogos, matemáticos, terapeutas, psicólogos, enfermeiros, copeiros e diaristas, podem passar a escrever matérias para jornais, revistas, websites, programas de TV e de rádio.

O presidente do STF, Gilmar Mendes, comparou a profissão de jornalista com a de cozinheiro, o que embora não seja desmerecedor, foi muito infeliz devido à tamanha falta de afinidade entre as duas profissões. Temos bons chefes de cozinha no Brasil, assim como temos bons profissionais em todas as áreas acima citadas.

Mas a conduta profissional do cozinheiro não está associada à boa redação, imparcialidade, veracidade dos fatos, ética, defesa dos direitos do cidadão e dos princípios constitucionais, já a do jornalista, sim. E essa conduta faz parte dos códigos e leis que regem a profissão, aprendidos nas salas de aula das faculdades.

Portanto, cada um no seu quadrado.

Quem foi, afinal, este tal Ruy Barbosa?

André Luiz Renato
Historiador

Rui Barbosa foi praticamente um “Forrest Gump” do seu tempo: no período em que viveu esteve imerso nas mais importantes lutas sociais, participou ativamente do processo político, se meteu em refregas literárias, estéticas e econômicas, trocou farpas com uns e foi celebrado por outros.

Viu desfilarem no “bonde da história” a Guerra de Canudos, a Abolição da Escravatura, a Proclamação da República, o Neo-colonialismo na África, a Belle-epoque Européia e a Primeira Guerra Mundial. Republicano e abolicionista convicto, foi um cara “antenado” com as questões progressistas do seu tempo. Ministro de Estado, mentor da Constituição Republicana, fundador da Academia Brasileira de Letras, conviveu e quiçá farreou com Machado, Castro Alves e Anattole France.

Político, jurista, escritor, filólogo, tradutor e orador de mão cheia, foi como diplomata que Rui lavou a alma do Brasil, tal qual os craques da Copa de 58, mostrando ao mundo que superamos nosso complexo de “vira-latas” e de “República de bananas.” Em 1907 foi à Conferência de Haia, onde ocorreu a sua consagração. Bacharéis do mundo inteiro se embasbacaram com aquele homem que falava inglês, francês, alemão e espanhol com a mesma naturalidade e elegância. Saiu de lá com a fama de “Águia de Haia.”

Pelo seu excesso de preciosismo na língua, é hoje considerado até meio prolixo. Ocorre que escrevia como os homens do seu tempo, muito ligados ao classicismo, alheios ao que hoje se chama de “brasilidade.”

Sua prosa obedece ao rigor da língua portuguesa, mantendo a tradição de grandes estilistas como Eça de Queiroz e Fernando Pessoa.

O Brasil ainda hoje procura conciliar a língua das ruas com a língua das academias e parlamentos,
sem muito sucesso. Esses dois “Brasis” muitas vezes se chocam, com o incauto e iletrado cidadão no meio. Se por um lado ele está em situação complicada em face de uma realidade adversa, por outro ele ta é ferrado mesmo.

Como disse Luís Augusto Fischer em Literatura Brasileira: Modos de Usar (LPM, 2007): “A descoberta de uma língua em que seja possível expressar-se está no miolo de um problema mais amplo, de um tormento igualmente típico de um país colonizado: a busca por traços que singularizem a vida desse país, que destaquem sua existência contra o fundo genérico das outras nações, muito especialmente que contrastem o novo do jovem país em relação ao velho país, a antiga metrópole.”